No ano em que a Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia em Ação completa 25 anos, o coordenador da CATI, João Brunelli Júnior, falou sobre a trajetória da instituição, os projetos e as ações que foram demonstrados ao longo dos anos nesta que é a maior vitrine tecnológica para o produtor rural. “Desde o primeiro ano, montamos uma maquete-viva que se renova, ela chama a atenção do público e é onde podemos demonstrar como a CATI trabalha em relação à proteção dos recursos naturais, com uso de técnicas como terraceamentos, o plantio direto na palha, os piquetes para o melhor manejo do rebanho. Com o tempo, fomos inserindo as ações preconizadas pelo Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas para o controle de erosão, como o plantio de matas ciliares, a instalação de fossas sépticas biodigestoras, entre outras. Ao longo do tempo, inserimos as principais cadeias produtivas e o trabalho de fortalecimento junto às associações e cooperativas para a agregação de valor aos produtos, foco do Projeto Microbacias II-Acesso ao Mercado”, explicou o coordenador.
Este ano chama a atenção o Plano para o Desenvolvimento da Bovinocultura Paulista, o “Mais Leite, Mais Renda” que apresenta projetos regionais visando a melhoria da qualidade e quantidade do leite e o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) objetivo do Projeto Integra SP. Quem conta é o diretor da CATI Regional Ribeirão Preto, engenheiro agrônomo Carlos Henrique de Paula e Silva que bem antes do início da Agrishow já coloca a sua equipe para trabalhar. Este ano os responsáveis pela construção da maquete-viva foram Carlos Apolinário, da Casa da Agricultura de Jardinópolis, e Luiz Antonio Carmo, cedido pela CATI Regional Jaboticabal, que já há alguns anos participa de toda a fase da elaboração da maquete. A construção da estrutura compreende preparar todo o terreno com as principais técnicas de cultivo, instalar as propriedades, os pastos, as estufas, colocar cercas e casas simulando as áreas rural e urbana, fiação e vias de trânsito.
Mas o ponto comum em todos estes anos, não só de Agrishow, mas da existência da CATI que, no ano passado completou 50 anos, é a preocupação com a divulgação de técnicas que colaborem para a preservação e/ou conservação dos recursos naturais. O simulador de erosão e a fossa séptica biodigestora estão entre as demonstrações e chamam muito a atenção de crianças e adultos. Um sistema simples mostra como a água da chuva atua sobre o solo com ou sem cobertura. “São educativas e servem para conscientizar desde as crianças até os produtores que vêm nos visitar”, explica Vera Lúcia Palla, diretora da CATI Regional Jaboticabal que também coloca a sua equipe técnica à disposição da Agrishow para atender ao público e explicar as ações da instituição.
Brunelli lembra que o Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM) também traz todos os anos para a Agrishow as variedades em termos de sementes comercializadas no Estado. Este ano voltamos a vender mudas de florestais nativas e frutíferas produzidas pelos núcleos do DSMM. Com a recente implantação da venda com cartão de débito e crédito, a área de demonstração do DSMM também chama a atenção do público e é, segundo o coordenador, uma oportunidade de mostrar o trabalho diário da CATI na oferta de produtos ao produtor rural.
Além disso, há a venda de publicações editadas pelo Centro de Comunicação Rural, este ano foram destacadas duas publicações que estão sempre atuais: a Instrução Prática (IP) 260 “Processamento Artesanal de Hortaliças – Conservas” e a IP 264 sobre “Congelamento Doméstico de Alimentos”. Beatriz Cantusio pazinato, nutricionista da Divisão de Extensão Rural da CATI explica que para elaborar estas publicações são feitos vários testes pelos monitores da CATI. “São publicações que servem de suporte aos cursos oferecidos pela CATI, mas que também podem ser adquiridas e enviadas para todo o Brasil durante todo o ano. Mais informações no http://www.cati.sp.gov.br/portal/produtos-e-servicos/publicacoes/lista-de-publicaes-completa.
Alguns projetos estão começando, outros finalizando etapas, como é o caso do Microbacias II – Acesso ao Mercado, que depois de sete anos de atuação, está finalizando ainda este ano, tendo atendido a mais de 300 Propostas de Negócio apresentadas por cooperativas e associações. Na Agrishow, 12 delas, da área de atuação das CATI Regionais mais próximas de Ribeirão Preto, como Jaboticabal, Araquarara, Barretos e Catanduva trouxeram seus produtos para exposição. “É uma forma de mostrar a qualidade desses produtos para todo o público. É um orgulho para nós que vimos essas associações e cooperativas crescerem com o Projeto Microbacias II e se tornarem capazes de produzir com qualidade e acessar os mais diferentes mercados para os seus produtos”, explica a engenheira agrônoma Maria Cândida Sacco Marcolino da CATI Regional Jaboticabal e membro da equipe técnica do Projeto Microbacias II.
Meliponicultura – alternativa de renda com benefícios ao meio ambiente
A novidade para este ano ficou por conta da meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão. A CATI Regional Ribeirão Preto, em parceria com a Associação de Meliponicultores do Estado de São Paulo (Amesampa), está desenvolvendo um projeto para a divulgação do potencial das abelhas sem ferrão tanto na polinização em estufas como na produção de mel, pólen, comercialização de enxames e outras possibilidades que podem ser rentáveis na agricultura familiar. “O potencial dessas abelhas é muito grande, podem ser até comercializadas como “pets” para as crianças aprenderem sobre a sua função na natureza. Por não terem ferrão e serem dóceis, são fáceis de criar”, explica o médico veterinário Ricardo Bruxelas, da CATI Regional Ribeirão Preto, que estava acompanhando os associados da Amesampa na demonstração.
Existem várias espécies, a mais conhecida é a jataí, mas outras como irai, mirim-preguiça, mirim-droriana, marmelada e mandaçaia também foram trazidas para a Agrishow. Renata Moreira e o marido Antonio Anderson Magalhães vivem exclusivamente da renda das abelhas já há cinco anos. Renata conta que eles vendem desde caixas vazias para instalação de enxames, a atrativos (iscas) para pegar enxames, mel e os próprios enxames que dependendo da espécie podem chegam de R$ 350,00 até R$ 600,00 a unidade.
A Agrishow é uma vitrine e esta é uma oportunidade anual de demonstrar o que o Brasil faz pelo setor agrícola. Produtores rurais vêm não só de todo Estado de São Paulo, mas de outros locais do Brasil e até do exterior. Para as indústrias de máquinas é uma feira de negócios, mas para as instituições públicas como a Secretaria de Agricultura e Abastecimento é um encontro com o seu principal público para divulgar tudo o que é feito pelo e para o produtor rural seja na área da pesquisa ou da extensão rural como é o caso da CATI.
Mais informações: (19) 3743-3870 ou 3743-3859