Suor, dedicação e amor na produção de alimentos
O que seria da produção de alimentos, sem os homens e mulheres que, em um mundo globalizado e com grande apelo tecnológico da vida urbana, continuam trabalhando arduamente no campo, enfrentando intempéries climáticas, que vão do sol escaldante ao frio extremo nas diversas regiões produtoras do País? Com certeza, o cenário seria desolador, com prateleiras vazias e economia desacelerada.
Ao lado dos produtores, os trabalhadores rurais são aqueles que se mantêm firmes na escolha feita de permanecer na atividade agropecuária, apesar das dificuldades. Para muitos, a qualidade de vida proporcionada pelo contato com a natureza e o amor à terra, que vem passando de geração em geração, aliado às alianças de amizade construídas com os proprietários rurais, tem favorecido essa manutenção nas propriedades.
Um exemplo de uma boa relação entre trabalhadores e proprietários rurais acontece na Fazenda Itapura, localizada no município de Batatais, na qual, após o falecimento do patriarca, a família Freiria decidiu manter a atividade leiteira, investindo também na cafeicultura, em um movimento contrário do que acontece na região, onde a maioria das áreas são cultivadas com cana-de-açúcar. “Essa propriedade vem dos meus avós, ou seja, é familiar. Meus irmãos e minha mãe participam, mas nesse momento cabe a mim estar mais próximo. Decidimos dar continuidade à bovinocultura leiteira, por paixão mesmo, apesar de ser, como muitos a definem, uma atividade ‘cativa’ e para qual encontrar mão de obra está cada mais difícil; esse mesmo sentimento nos levou a voltar a investir também na cultura do café, em áreas que anteriormente estavam arrendadas para a cana”, informa o produtor André Freiria, que junto com sua família decidiu manter ativa a propriedade rural, após o falecimento do pai. Juntos, criaram uma empresa para gerir a Fazenda Itapura e intensificaram as ações para fortalecer a pecuária leiteira.
André relata que a atividade tem crescido por diversos motivos, incluindo o investimento em tecnologia, obtenção de conhecimento e adoção de metodologias técnicas eficazes nas áreas de produção e gestão. Ao lado dessas ações, para obtenção de sucesso nessa atividade, André relata que a família investiu na capacitação e melhoria da qualidade de vida dos funcionários, muitos dos quais os acompanham há mais de 30 anos, por entenderem que sozinho não se conquista nada. “Meu avô fez um pouco, meu pai aprimorou e eu estou trabalhando, pensando nos filhos que ainda virão. Mas tudo o que foi conquistado não seria possível sem nossos colaboradores”.
E a manutenção da atividade leiteira pela família Freiria é comemorada pelos funcionários, como Carlos Antonio Morais, que, ao lado da esposa, trabalha na propriedade há mais de 10 anos. “As novas tecnologias trazidas melhoraram nosso trabalho e nossa vida; a cada dia aprendemos um pouco mais nos cursos que fazemos e, assim, vamos crescendo juntos. Estou muito feliz, nos adaptamos bem à nova linguagem. O André além de nos incentivar a crescer, é também um incentivador dos meus ‘meninos’: dois já estão fazendo faculdade. Torço para que a empresa vá para frente e prospere. Tudo vem dando certo: temos uma sala de ordenha muito boa, onde o André fez um fosso que agilizou o trabalho com mais conforto para nós e os animais (espaço foi adaptado do antigo curral construído pelo avô, no qual o pai já havia instalado uma ordenha mecânica); fazemos a inseminação artificial, aprimoramos a criação das bezerras, entre tantas outras coisas”.
Importante
A comemoração do Dia do Trabalhador Rural foi instituída em 1964, no dia 25 de maio, em homenagem ao deputado federal Fernando Ferrari, falecido neste dia, que lutou pelos direitos dos trabalhadores rurais.
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