A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) apoiou e participou, no último dia 4 de dezembro da sessão solene, realizada às 20h pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em homenagem ao Dia do Extensionista Rural. O Plenário Juscelino Kubitschek recebeu representantes de alguns dos principais institutos que desenvolvem os trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural em todo o Estado. Além da CATI, participaram a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), o Instituto BioSistêmico, a Associação Paulista de Extensão Rural (Apaer), autoridades governamentais, entre outros profissionais ligados à agricultura paulista. “É uma forma de valorizar e comemorar essa data tão importante para a agricultura, que é o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). É um trabalho educativo, de diálogo com as famílias rurais, que envolve os sistemas de produção, a comercialização, a qualidade das moradias, das estradas, enfim, um grande sistema dentro do que chamamos de desenvolvimento rural sustentável”, destacou Abelardo Gonçalves Pinto, extensionista da CATI e presidente da Apaer.
Abelardo complementou ainda sobre a importância da união entre o governo, as instituições e associações na melhoria dos trabalhos de Ater. “Só pela CATI são cerca de mil extensionistas, 600 concursados e 400 dos convênios com as prefeituras, fora os 1.500 funcionários administrativos que também atuam no desenvolvimento da extensão rural. É por meio dessas oportunidades que conseguimos melhorar cada vez mais o serviço público que oferecemos, não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil, para que possamos construir uma nova sociedade rural, um novo modelo de produção, com mais justiça social, com conservação e preservação ambiental e, especialmente, com perspectivas de futuro para o jovem que está no campo”.
Para o responsável pela sessão, o deputado José Zico Prado, o trabalho dedicado à extensão rural possui uma motivação especial. “Esses profissionais estão sempre motivados, pois o trabalho que desempenham em todo o Estado de São Paulo é feito muito mais por vocação do que pelo retorno financeiro. Eu sempre digo que a agricultura para nós não é vocação, é vício! E para quem não é extensionista, mas um viciado em agricultura como eu, poder realizar essa homenagem é muito gratificante”, ressaltou Prado.
Durante o evento, alguns profissionais de Ater foram homenageados. Pela CATI, o técnico Hiromitsu Gervásio Ishikawa, engenheiro agrônomo da Divisão de Extensão Rural (Dextru), foi o escolhido para representar toda a equipe e os importantes trabalhos desenvolvidos pela instituição. “É uma honra e uma homenagem muito grande, além do reconhecimento do papel de todos os extensionistas da CATI. Eu só posso ficar feliz por sermos lembrados após todos esses anos de luta na realização de nossos projetos e ações. Esse é apenas o início de uma mudança na mentalidade e na conscientização de todos os extensionistas e políticos sobre a importância da extensão rural paulista”, completou Ishikawa.
Outra importante homenageada foi a profissional Ondalva Serrano, integrante do conselho gestor do Instituto Auá de Empreendedorismo Socioambiental, conselheira e uma das fundadoras da Associação de Agricultura Orgânica (AAO), que fez questão de destacar o papel do extensionista rural como educador. “É um privilégio ter 75 anos e poder acumular um processo histórico com tantas vivências nesse meio. O termo extensão rural, ou extensionista rural, não traduz a qualidade, o papel e as funções desse profissional. Ele é um profissional que se não for vocacionado como um educador, de si e das famílias com as quais ele trabalha, educador do agricultor no processo produtivo, educador da família no processo de comercialização, se ele não tiver essas características ele não será um extensionista rural.”
Já para Reinaldo Prates, delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também prestigiou a sessão solene, os trabalhos de extensão rural em todo o País precisam ser reforçados. “A Assembleia Legislativa, ao abrir esse espaço, presta um grande serviço à agricultura familiar e à extensão rural no Estado de São Paulo. Nós estamos nos empenhando ao máximo para a implementação da Agência Nacional de Extensão Rural, a Anater, por meio da qual existirá uma gestão do sistema nacional de extensão rural. Ela vai tratar tanto da oferta dos serviços como do monitoramento, da capacitação e formação de profissionais, no diálogo no sentido de conseguir um processo transparente de fiscalização, mas essencialmente tendo em vista a implantação dessa política da extensão rural com equipes multidisciplinares e oferecer instrumentos para os governos estaduais e as instituições públicas de Ater, para que possam prestar o serviço em parceria com o governo federal.
O delegado federal destacou também que há a intenção de fortalecer e ampliar os projetos desenvolvidos em parceria com a CATI. “Nós estamos com uma grande expectativa de que a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo consiga desenhar um formato jurídico adequado, em conjunto com a CATI, para que possamos desempenhar um trabalho em parceria de extensão rural em todo o Estado de São Paulo. Temos 151 mil unidades paulistas de produção familiar e reconhecemos a importância, todo o know-how, a história e a qualidade que a CATI possui e achamos fundamental que ela tenha plena condição de exercer todo o seu potencial e conhecimento em prol desse segmento da agricultura familiar paulista”, concluiu Prates.
Ainda por iniciativa da Frente Parlamentar de Apoio à Extensão Rural em parceria com a Apaer e instituições como a CATI, a Alesp realizou uma exposição aberta ao público, de 2 a 7 de dezembro, em seu saguão de entrada, com alguns trabalhos da Ater paulista.