Evento foi realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Regional Botucatu, em parceria com a CATI Regional Santos e com a Associação dos Apicultores do Polo Cuesta (Apicuesta)
A apicultura e a meliponicultura são atividades em expansão no Estado de São Paulo, desenvolvidas sobretudo em âmbito familiar. Historicamente, as mulheres e os jovens participam de forma secundária dessas atividades produtivas, nas quais se destaca a participação de homens com idade superior a 30 anos.
Com o objetivo de ampliar a participação desses grupos da cadeia produtiva da Apicultura na região de Botucatu, a CATI Regional Botucatu, em parceria com a CATI Regional Santos e a Apicuesta, realizaram em Itatinga, município a primeira capacitação voltada apenas às mulheres que atuam no segmento, intitulada “Oficina de extratos botânicos, sabonetes artesanais e pomadas tradicionais com produtos das abelhas”.
“A região do Polo Cuesta tem uma aptidão para a apicultura. Nela, se encontram as duas cidades com maior produção de mel do Estado de São Paulo, Itatinga e Botucatu. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), as produções de Botucatu (675t) e de Itatinga (600t) somadas (1.275t) representam cerca de 26% e 2,09% das produções estadual e nacional, respectivamente”, explica Ricardo Chiarelli, diretor da CATI Regional Botucatu.
De acordo com Luciana Calore, engenheira agrônoma da CATI Regional Botucatu e coordenadora técnica da capacitação, as apicultoras da Apicuesta dão um toque especial à produção de mel na região de Itatinga, pois elas se dividem entre as tarefas da casa e da família. “Elas dão o exemplo de trabalho em parceria, atuando junto a seus familiares e parceiros na atividade de campo e também no beneficiamento do mel, como se estivessem imitando as abelhas, onde toda a equipe trabalha por um objetivo comum”.
A oficina é a primeira das capacitações similares que a CATI pretende realizar em território paulista e integra as ações voltadas à conjugação de esforços para a implementação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da inclusão produtiva e capacitação das mulheres pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e pela Secretaria de Políticas para a Mulher, implementadas pela Resolução Conjunta SPM/SAA n.° 02/2024.
Mulheres aprovam a capacitação e falam de suas experiências
“Eu tinha um pensamento sobre o uso da cera de abelha e das plantas medicinais que foram citadas e usadas nesse curso que era completamente diferente. Este curso tirou todas as dúvidas que eu tinha em relação a investir e fabricar minhas próprias pomadas e sabonetes. Amei cada momento de aprendizado que eu tive, sou muito grata e pretendo investir nessa área”, observa a produtora Michelle de Mello Ferreira, que cultiva plantas medicinais em sua propriedade.
Já a apicultora Kátia Ribeiro relata: “Fazer esse curso foi uma benção, pois pude aprender a fazer sabonetes e pomadas para aprimorar ainda mais minha renda salarial. Só tenho a agradecer. Que venham mais cursos pela frente com nossa professora Carol Matos”.
“Eu gostaria de agradecer a todos que possibilitaram esse curso. Ele foi muito valioso para mim, pois aprendi a usar o mel e o própolis em coisas maravilhosas. Eu já fiz muito cursos, mas esse foi o melhor, porque é da minha área, da apicultura. Vou colocar em prática tudo que eu aprendi!”, celebra a apicultora Rosalina Melo.
Produtos das abelhas
Os principais produtos das abelhas explorados comercialmente no Estado de São Paulo são mel, própolis e cera. De acordo com os dados do IBGE, São Paulo ocupa o 5.° lugar na produção nacional de mel, com 4,8 mil toneladas das 61 mil toneladas produzidas nacionalmente.
“Existem produtos e subprodutos das abelhas que são subutilizados e que, se aproveitados, poderiam contribuir para o incremento de renda da atividade e maior participação das mulheres e dos jovens na cadeia produtiva”, explica Carolina Matos, complementando. “A proposta da oficina foi ensinar sobre o aproveitamento desses produtos por meio de sua transformação em itens como sabonetes, pomadas e bálsamos, que podem ser utilizados para consumo próprio da família e também comercializados, seguindo os respectivos instrumentos legais, o que possibilitará uma maior diversidade de produtos produzidos pelas famílias apicultoras da região”.