Realizado no último dia 15/8, no auditório da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva (FAIT), o evento reuniu produtores, extensionistas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) − das principais regiões produtoras −, autoridades municipais e regionais, representantes de sindicatos rurais da região, empresas do segmento e estudantes
Veja como foi o evento, cujas palestras poderão ser assistidas na íntegra no canal da CATI no YouTube
Nas últimas safras, os produtores paulistas têm enfrentado grandes dificuldades relacionadas às oscilações de mercado quanto a preço e a mudanças climáticas, com fatores extremos como fortes estiagens, o que tem impactado na redução de produtividade e rentabilidade.
Atenta a este cenário, a CATI – órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) responsável pelas ações de assistência técnica e extensão rural –, por meio do seu Grupo Técnico de Grãos e da sua Regional Itapeva, juntamente com parceiros, organizou o primeiro Simpósio Desafios do Mercado e do Clima para Cultura da Soja.
Extensionistas da CATI, produtores rurais, pesquisadores e palestrantes celebram o sucesso do Simpósio
Alunos da Etec Dr. Dário Pacheco Pedroso e o professor e engenheiro agrônomo Flávio Melo participaram do Simpósio
Diversos produtores rurais participaram do Simpósio, como Vandir Daniel da Silva, do Sítio Guarizinho
Segundo Sandra Maria Ramos, diretora da CATI Regional Itapeva, o objetivo foi esclarecer dúvidas e transmitir conhecimento para que agricultores, técnicos e demais elos da cadeia produtiva possam tomar decisões assertivas quanto à adoção de tecnologias de manejo do solo e da cultura, visando minimizar os danos frente às mudanças climáticas, com redução de custos, para se adequarem à nova realidade do mercado global.
“Para nossa equipe, foi muito gratificante sediar este evento e poder realizá-lo com parceiros comprometidos com a missão da CATI de transmitir conhecimento e divulgar novas tecnologias para o desenvolvimento rural com sustentabilidade. Atualmente, a nossa região concentra a maior produção de soja do estado, contando com pequenas, médias e grandes áreas. Portanto, para nossos extensionistas, que atendem principalmente os agricultores familiares, que são a maioria em nossa região, o evento foi uma oportunidade para atualizar conhecimentos sobre os principais desafios enfrentados na cultura pelos produtores, para que possamos apoiá-los com assertividade na tomada de decisões desde o plantio até a comercialização”, comenta Sandra.
A diretora da CATI Regional Itapeva destaca ainda, como parte essencial do sucesso do evento, as parcerias estabelecidas. “O trabalho da nossa equipe e do GT de Grãos, realizado em parceria com a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Itapeva, com o Sindicato Rural local, a FAIT, e as empresas Corteva, Sementes Fratelli e Fertipar Bandeirantes, foi fundamental para a organização desse evento, de forma abrangente e com sucesso, o qual poderá cumprir seu papel de levar informações e alcançar um público ainda maior, por intermédio das redes sociais e do canal da CATI no YouTube”.
Homenagem
Durante o evento, os produtores de soja foram homenageados pelo Sindicato Rural de Itapeva, com apoio da CATI, na pessoa do produtor rural Silvio Maluta, da Fazenda Fratelli, campeão nacional de produtividade de soja irrigada da safra 2023/2024, pelo Comitê Estratégico Soja Brasil, por ter alcançado a impressionante marca de 133,9 sacas por hectare.
João Francisco Maia Jr., engenheiro agrônomo e médico-veterinário do Sindicato Rural de Itapeva e Sandra Maria Ramos, diretora da CATI Regional Itapeva, entregam a homenagem ao produtor Silvio Maluta.
CATI anuncia entrega das embalagens do Programa Solo Mais Fértil aos produtores rurais
Abordando a questão dos desafios das intempéries climáticas para a cultura da soja, Gerson Cazentini Filho, diretor da CATI Sementes e Mudas e integrante do GT de Grãos (na ocasião representando o coordenador da CATI, Ricardo Pereira), falou sobre o papel da instituição no apoio aos produtores e anunciou o início da entrega das embalagens aos produtores, para coleta de amostras de solo, resultando na posterior análise.
“O que ficou claro neste evento é que podemos ter informações e previsões sobre o clima, mas não controlá-lo, como também isso não é possível nos desafios inerentes ao mercado e às oscilações de preço. Mas também ficou claro o que é viável aos produtores fazerem, com orientação técnica e acesso às políticas públicas. Para ter melhor rentabilidade, é preciso ter os custos de produção na ‘ponta do lápis’, aproveitando os picos de mercado e do dólar para fazer negócios e atravessar períodos de crise. Quanto aos desafios climáticos, é preciso ter como foco de atenção o maior patrimônio que é o solo, investindo em conservação, recuperação, perfil, no aumento de matéria orgânica, para que tenhamos plantas com sistema radicular melhor e mais resistentes a pragas e doenças, para passarem por intempéries climáticas com menor quebra de safra”, orienta Gerson, que, na ocasião, fez o lançamento do início das ações do Programa Solo Mais Fértil, que, em setembro, terá a distribuição de embalagens aos produtores para coleta de amostras de solo, com o objetivo de serem enviadas para análise. “Também divulgaremos a lista de laboratórios que terão preço especial para os produtores, bem como a disponibilização de linha de crédito específica pelo governo paulista”.
Gerson Cazentini fala sobre as ações da CATI junto aos produtores de soja e o Programa Solo Mais Fértil
Programação
Na abordagem do tema principal, Desafios do Mercado e do Clima na Cultura da Soja, especialistas da área ministraram palestras seguidas por debates com extensionistas, pesquisadores e representantes da iniciativa privada que atuam no segmento.
Debate sobre os desafios de mercado. Da esquerda para a direita: Rodrigo de Cunha Tavares, da empresa Ouro Safra; Sandro Parise, engenheiro agrônomo da CATI Regional Assis e integrante do GT de Grãos; Leonardo Amazonas, analista de Mercado da Soja, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Silvio Maluta, produtor rural.
Abrindo o ciclo de palestras, Leonardo Amazonas, analista de Mercado da Soja, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), falou sobre os Desafios de Mercado da Soja. Na sequência, Sandro Parise, engenheiro agrônomo da CATI Regional Assis e integrante do GT de Grãos, junto com o produtor Silvio Maluta, e Rodrigo de Cunha Tavares, da empresa Ouro Safra, conduziram um debate e esclarecimento de dúvidas do público sobre o tema.
O engenheiro agrônomo Diego Costa apresentou soluções da Corteva para a cultura da soja.
Simônica Maria de Oliveira, gerente substituta do Programa de Vigilância Sanitária Vegetal da Defesa Agropecuária – Regional Itapeva, esclareceu dúvidas sobre o Vazio Sanitário da Soja e o Cadastro de Unidade de Produção de Soja.
Já o engenheiro agrícola da CATI, Antoniane Arantes de Oliveira Roque, apresentou os Desafios do Clima para a Soja - Safra 2024/2025. E nessa mesma linha de abordagem, Afonso Peche Filho, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/SAA, falou sobre as práticas de manejo para enfrentar os desafios do clima para a soja.
Debate sobre os desafios do clima. Da esquerda para a direita: Gerson Cazentini, diretor da CATI Sementes e Mudas; Adriano Ferraz, gerente de Sementes da Ouro Safra; Antoniane Arantes de Oliveira Roque, engenheiro agrícola da CATI; Manuel David Herrera, professor da FAIT; Afonso Peche Filho, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC).