Uma visita técnica ao meliponário do Projeto Fazendinha Feliz, da Coordenadoria de Assistência Técnica integral (CATI), se transformou em uma parceria transnacional, unindo a Colômbia e o Brasil, por meio do trabalho de extensão rural realizado pela CATI no desenvolvimento sustentável da meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) no Estado de São Paulo.
Em um intercâmbio organizado no âmbito de projetos e parceria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidad Nacional da Colombia, professores e pesquisadores das duas universidades realizam visitas técnicas às principais ações e aos principais projetos realizados em cada país para o desenvolvimento da meliponicultura.
“A visita dos pesquisadores da Colômbia, acompanhados do Prof. Roberto Greco, da Unicamp, foi uma honra e uma oportunidade para apresentarmos um pouco do trabalho realizado pela rede de extensionistas da CATI junto aos produtores rurais e na área da meliponicultura. Eles mostraram grande interesse no Parque das Abelhas (meliponário) e no espaço da Fazendinha Feliz, onde acontecem as atividades de educação ambiental com professores e alunos, e local onde puderam visitar a nossa horta de PANC – Plantas Alimentícias não Convencionais”, salienta o engenheiro agrônomo do Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI, Osmar Mosca Diz, responsável pelo Projeto Fazendinha Feliz e pelo Meliponário, ressaltando que um dos visitantes colombianos, o Prof. Rodulfo Ospina, é um importante pesquisador de abelhas nativas no país, desenvolvendo, junto à Universidad Nacional, inúmeros trabalhos de estudo, pesquisa e educação em relação às abelhas. “O Prof. Ospina mostrou grande interesse no trabalho de assistência técnica e extensão rural da CATI, realizado junto aos projetos de meliponicultura e apicultura no estado, por um grupo técnico muito dedicado”.
Acompanhando o grupo, como responsável por esse projeto de intercâmbio na Unicamp, o Prof. Roberto Greco, do Instituto de Geociências da Unicamp, no Departamento de Políticas Científicas e Tecnológicas, relatou a importância da visita técnica à CATI. “Eu conheci o trabalho da CATI junto aos meliponicultores e apicultores, quando, há dois anos, participei do Seminário do Dia da Abelha, organizado pelo engenheiro agrônomo Osmar Diz. Ali, soube da importância e do grande trabalho realizado pela equipe de técnicos da CATI em todo o estado, tanto na parte de assistência técnica aos criadores quanto no incentivo à preservação das abelhas, principalmente das espécies nativas. Por isso, ao idealizarmos esta visita técnica de 15 dias, com o objetivo de promover um intercâmbio de conhecimento e trocas de experiências − visando ao desenvolvimento da meliponicultura, incluindo informações sobre polinização, comercialização de produtos das abelhas, legislação, bem como ações de educação ambiental −, agendamos esta visita pelo fato de a CATI ter muito a contribuir nesse segmento, com seu excelente trabalho de anos”.
Vivenciando o contato com as abelhas sem ferrão no meliponário, o Prof. Ospina (coordenador do Laboratório de Abelhas da Universidad Nacional) se encantou com espécies nativas como mandaçaia e jataí, que não existem na Colômbia, e falou sobre a experiência. “Podemos dizer que o trabalho com as abelhas na Colômbia tem uma estreita ligação com o Brasil, pois foi por meio dos livros, estudos e pesquisas do professor Nogueira Neto que iniciamos trabalhos, pesquisas e projetos na Universidad”, comenta o professor.
Sobre a visita à CATI, o Prof. Ospina relata que teve excelente impressão do trabalho de extensão rural. “Essa nos mostrou a importância do trabalho de assistência técnica para o pleno desenvolvimento da meliponicultura e também da apicultura, de forma ampla e sustentável. Na Colômbia, ainda estamos com poucos projetos e ações em temas como identificação de espécies, comercialização, produção, legislação e controle sanitário. Mas, com certeza, essa parceria que nasceu com este intercâmbio com a Unicamp, que nos proporcionou uma imersão em tantas entidades, como a CATI, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de São Paulo (USP), bem como a troca de experiências com meliponicultores, se tornará ainda mais estreita”.
Osmar Mosca Diz, engenheiro agrônomo do Dextru/CATI; Rodulfo Ospina, Prof. da Universidad Nacional da Colombia; Roberto Greco, Prof. do Instituto de Geociências da Unicamp; Alejandra Cano, doutoranda da Universidade da Califórnia em Davis (atua com abelhas nativas nos trópicos e aldeias indígenas na Colômbia); Patricia Jaime, pesquisadora da Universidad Nacional da Colombia.