CATI-SP

Programa Cacau SP: CATI capacita viveiristas para produção de mudas de cacau no Vale do Ribeira

Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento profissional dos viveiristas e produtores interessados na produção de mudas de cacau no Estado de São Paulo, por meio da difusão de tecnologias nas práticas de enxertia, estaquia e micropropagação, contou com a participação de cerca de 70 pessoas, entre produtores rurais (a maioria), agricultores de comunidades quilombolas, extensionistas e pesquisadores

 

O cultivo de cacau concentra-se majoritariamente em regiões tropicais, sendo que três principais regiões do mundo lideram a produção: oeste da África, sudoeste da Ásia e Américas Central e do Sul. No continente americano, o Brasil destaca-se como o maior produtor de cacau, ocupando a sétima posição no ranking mundial, de acordo com dados da Organização Internacional do Cacau.

Atualmente, o Brasil possui cerca de 560 mil hectares cultivados com cacaueiros, espalhados por Estados como Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia. A Bahia, especialmente, concentra a maior área de cultivo.

“A cultura de cacau vem se tornando uma opção viável para a diversificação em propriedades de algumas regiões paulistas. O Vale do Ribeira já possui histórico de trabalhos na cacauicultura e conta com culturas já consolidadas e de grande importância para o Estado de São Paulo como, por exemplo, a bananicultura, o palmito pupunha, plantas ornamentais, plantio em sistema orgânico e sistemas agroflorestais. Vale destacar que o sistema de plantio integrado de culturas é uma alternativa moderna e muito viável”, explica Marcos Augusto Franco Júnior, diretor do Centro de Mudas, da CATI Sementes e Mudas, um dos organizadores, junto com a CATI Regional Registro e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) Regional de Pariquera-Açu (que recentemente forneceu as amêndoas de cacau instaladas em área conduzida no âmbito do Programa Cacau SP, para o chocolate que obteve o primeiro lugar no I Prêmio Brasileiro de Chocolate Bean to Bar).

O Vale do Ribeira apresenta um clima quente e úmido na maior parte do ano e concentra a maior área contínua de remanescentes de Mata Atlântica do Estado de São Paulo, com 21 unidades de conservação, entre as de proteção integral e de uso sustentável. “O relevo da região é extremamente variado, indo das serras e regiões montanhosas na Serra de Paranapiacaba, até o Oceano Atlântico, através da planície aluvionar do Rio Ribeira de Iguape. Assim, o clima é um ponto vantajoso para a cultura do cacau na região, uma vez que dispensa o uso de irrigação, o que equilibra o custo de manutenção, que é mais elevado nas condições de relevo montanhoso”, explica Eduardo Jun Fuzitani, diretor da APTA Regional de Pariquera-Açu.

“No entanto um dos principais desafios para a implantação do Programa Cacau SP reside na produção de mudas clonais de qualidade e na implementação de novas tecnologias, como o uso de miniestacas, substratos e a criação de jardins clonais em viveiros. Além disso, é fundamental esclarecer os trâmites legais necessários para o estabelecimento de viveiros comerciais destinados à produção dessas mudas”, explica Franco Júnior, enfatizando a importância da capacitação para conter este gargalo.

 

 

Programação

O conteúdo abordou desde legislação aplicada à produção de mudas, até instalação de viveiro, implantação e manutenção de matrizeiro e jardim clonal, bem como métodos de propagação (como enxertia e estaquia) e coleta e beneficiamento de sementes. De acordo com os organizadores, a programação foi bem-sucedida em atender aos objetivos propostos, proporcionando um ambiente de aprendizado interativo e prático.

Os participantes também tiveram a oportunidade de realizar visitas ao jardim clonal e participar de práticas de enxertia e estaquia, o que facilitou a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos.

 

   

 

Ao final da capacitação, os organizadores concluíram que os objetivos da atividade foram atendidos, com destaque para a capacitação dos participantes em técnicas de produção de mudas de cacau. “A interação entre os produtores, os técnicos e a equipe organizadora favoreceu a troca de experiências, bem como as atividades práticas contribuíram muito para absorção dos conteúdos abordados”, avalia Taís Canola, diretora da CATI Regional Registro.

 

Marcos Franco Júnior, diretor do Centro de Mudas da CATI Sementes e Mudas; Taís Canola, diretora da CATI Regional Registro; e Eduardo Fuzitani, diretor da APTA Regional de Pariquera-Açu: trabalho conjunto entre extensão rural e pesquisa garante excelentes resultados para os interessados no plantio de cacau no Vale do Ribeira.

 

“Além de promover o aprendizado técnico, a atividade contribuiu para a conscientização sobre a importância da legislação na produção de mudas e na criação de viveiros comerciais. A formação de viveiristas capacitados é essencial para o desenvolvimento sustentável da cacauicultura no Vale do Ribeira, uma região com potencial significativo para essa cultura”, complementa Franco Junior, agradecendo os participantes e colaboradores, que tornaram a atividade possível, e reforçando o compromisso com o desenvolvimento contínuo das práticas de cultivo de cacau na região.

 

 

 

 Assista aos vídeos e conheça as técnicas de enxertia em cacau: