Evento e lançamento de audioboletim integram as ações da Campanha Mel Seguro: Diga Não ao Produto Falsificado, realizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e pelo setor produtivo, representado na Câmara Setorial de Produtos Apícolas, com o objetivo de incentivar o consumo e a comercialização de mel de qualidade e com garantia de procedência.
Transmitida pelo canal da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (youtube.com/agriculturasp), a segunda live realizada no âmbito da Campanha Mel Seguro ultrapassou as fronteiras do Estado de São Paulo, com expectadores de mais de 15 estados brasileiros, como Ceará, Pará, Roraima, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, e até de outros países, como o Uruguai. Foram mais de 530 visualizações até o momento (06-07), feitas por um público diverso que incluiu produtores rurais, apicultores, meliponicultores, pesquisadores, estudantes, consumidores, lojistas, além de extensionistas e fiscais de serviços de inspeção.
Ao longo da programação, o tema central Segurança na Compra e Comercialização do Mel foi abordado em três palestras. Médico veterinário e assistente de planejamento da Coordenadoria de Defesa Agropecuária/SAA, Thiago Braga Izidoro discorreu sobre os Selos dos Serviços de Inspeção no Mel e a importância da fiscalização das indústrias de produção e beneficiamento de produtos de origem animal, bem como sobre a análise desses produtos como garantia de qualidade. Também explicou o processo de registro dos estabelecimentos de produtos apícolas no Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISP), esclarecendo alguns mitos relacionados ao assunto.
Os serviços de vigilância sanitária no combate à comercialização de fraudes alimentares foram tema da professora, perita e consultora em Vigilância Sanitária de Alimentos, Andrea Boanova. Por meio de uma palestra didática, apresentou a legislação relacionada à inspeção dos alimentos, explicando que deve ser realizada no momento da recepção dos produtos, considerando-se o padrão de identidade e qualidade previamente definidos. Ao longo de sua explanação, Andrea salientou a importância da integridade e legibilidade da rotulagem, da data de validade, do número de registro no órgão oficial e da identificação de origem dos produtos comercializados. Apresentou, ainda, as competências da Vigilância Sanitária - lavratura de auto de infração para o comerciante, solicitação de notas fiscais, encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes e, quando necessário, inutilização de produtos-, ressaltando a importância de os consumidores denunciarem produtos suspeitos aos serviços competentes, como o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e a Vigilância Sanitária Municipal.
Lídia Barreto, presidente da Comissão Técnico-cientifica da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e fundadora da Escola Brasileira de Apicultura, Meliponicultura e Agrosustentabilidade (Ebram), abordou o tema Importância e responsabilidade do comércio varejista na cadeia do mel. Em sua palestra trouxe fatos e informações atuais sobre as fraudes mais comuns no mel, explicando a diferença entre falsificação (mistura de glicose, amido, aroma artificial de mel e água, por exemplo), adulteração (mel diluído em produto falsificado) e produtos oportunistas (aqueles que induzem o consumidor a erro, por trazerem informações nas embalagens que não condizem com seus ingredientes, como referências a favos de mel, quando, na realidade o produto não contém o mel como ingrediente rastreável).
A dra. Lídia alertou ainda para o comércio clandestino de produtos falsificados em rotas turísticas durante os meses de inverno, explicando a forma como os falsificadores agem e como esses produtos podem colocar em risco a saúde do consumidor. Por fim, apresentou dicas para consumidores e lojistas, como: observar rótulos e embalagens do produto, que sempre devem ter selo de inspeção; desconfiar de produtos vendidos abaixo do preço de mercado e com “cheiro de pirulito”, incentivar as denúncias de produtos suspeitos e com indícios de fraude. Ao encerrar sua participação, ressaltou a qualidade do mel brasileiro, original e seguro, que tem conquistado paladares e consumidores em várias partes do mundo.
Fazendo uma avaliação positiva do evento e da Campanha Mel Seguro, Carolina Matos, ecóloga, especialista ambiental e diretora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da CDRS/CATI, que organizou as lives, anunciou que os resultados estão sendo bem avaliados pelas organizações que compõem a Câmara Setorial de Produtos Apícolas. “Os consumidores e lojistas estavam carentes do conhecimento que esses encontros on-line proporcionaram. Recebemos devolutivas muito positivas, pedindo, inclusive, a continuidade das lives com temas de interesse dos consumidores, como o Uso do mel na gastronomia e alimentação escolar; e a Diversidade dos méis brasileiros e dos produtos das abelhas sem ferrão. Estamos avaliando as sugestões do público e certamente daremos continuidade à Campanha, pelos benefícios que está trazendo para a população e para as cadeias produtivas da apicultura e meliponicultura”.
A íntegra da live pode ser conferida no link: https://www.youtube.com/watch?v=vkS6LaWghNQ
Lançamento do audioboletim – Mel: Dicas para os lojistas evitarem compra e revenda de mel falsificado
Quarto audioboletim elaborado e lançado pela CDRS/CATI, como ação de comunicação da Campanha Mel Seguro – Diga não ao Mel Falsificado, o áudio boletim pode ser acessado diretamente no link:
https://open.spotify.com/episode/1S3unTHHOg0AQamboo3JKN?si=a0FgjJMVRn6FXaeQardtBQ&dl_branch=1
Os primeiros três audioboletins com os temas Mel – o doce ouro líquido que vem da natureza; Como identificar um mel de qualidade?; e Mel – A importância dos selos de inspeção também estão disponíveis na mesma plataforma.
Campanha Mel Seguro
Apesar de ser o 9.º maior produtor de mel do mundo, o consumo per capita do produto pelos brasileiros ainda é muito baixo: cerca de 60g por ano, contra 960g por ano, quantidade consumida por habitante na Alemanha. Para incentivar o consumo do mel de qualidade e esclarecer dúvidas de consumidores e comerciantes, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Câmara Setorial de Produtos Apícolas idealizaram a campanha com ações nas redes sociais, podcasts e a realização de ciclos de palestras on-line.
“A partir da divulgação de informações consistentes no decorrer da campanha, espera-se ampliar a conscientização, a disponibilização e o consumo do mel com garantia de qualidade e, com isso, fortalecer a cadeia produtiva, com a geração de empregos e renda”, enfatiza Carolina Matos, ressaltando que o objetivo também é divulgar os canais para a denúncia de produtos falsificados e/ou adulterados; e, ao mesmo tempo, aumentar o número de cadastros de apicultores no Sistema Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave) – https://gedave.defesaagropecuaria.sp.gov.br/ – da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA)/Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e de apiários regularizados”.
Dados da Secretaria de Agricultura demonstram que no Estado de São Paulo existem mais de 1.600 apicultores, operando mais de 72 mil colmeias. Em 2020, a produção paulista foi de 4.527 toneladas, o que representa 9,8% da produção nacional.
Cleusa Pinheiro (cleusa.pinheiro@sp.gov.br)
Jornalista – Centro de Comunicação Rural (Cecor/CDRS-CATI/SAA)