Seminário de Fruticultura de Clima Temperado e Subtropical, organizado pela CATI, reúne mais de 150 pessoas de São Paulo, Minas Gerais, do Rio de Janeiro e Pará
Em sua 17.ª edição, o evento organizado pelo Núcleo de Mudas de São Bento do Sapucaí, unidade da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Sementes e Mudas, se consolida como espaço de desenvolvimento profissional dos agricultores e crescimento da fruticultura, a partir da atualização, difusão e de debates sobre tecnologias de manejo de pomares
O cultivo de fruteiras, devido ao alto valor agregado de seus produtos, tanto frescos como processados, promove uma boa remuneração aos pequenos e médios produtores em áreas relativamente pequenas. Entretanto diversas dificuldades são enfrentadas pelo fruticultor, entre elas o manejo da antracnose, no caso específico da cultura da atemoia. Sendo assim, a pesquisa tem papel fundamental para trazer soluções para esse enorme problema fitossanitário.
Nesse contexto, o XVII Seminário de Fruticultura de Clima Temperado e Subtropical - que reuniu mais de 150 pessoas, entre produtores, extensionistas, pesquisadores, estudantes e interessados de 42 municípios de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará - trouxe para o centro do debate diversas opções para os fruticultores diversificarem sua atividade, como o cultivo de frutas vermelhas (amora, framboesa e mirtilo), além da novidade da araucária enxertada.
“O objetivo desse evento - que teve um início modesto e hoje se consolidou como espaço de debate interestadual sobre o tema - é promover o desenvolvimento sustentável e o avanço da fruticultura de climas temperado e subtropical, bem como apresentar novas alternativas e tecnologias para os produtores”, explicam os coordenadores do evento, Anderson Tatsuo Watanabe e Raphael Delelmo Toigo Lavagnini, diretor técnico e engenheiro agrônomo, respectivamente, do Núcleo de Mudas São Bento do Sapucaí.
Watanabe complementa ressaltando que o tema desta edição, “Desafios e Oportunidades para a Fruticultura Sustentável, foi pensado e realizado por meio de parcerias com a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)/Sindicato Rural de São Bento do Sapucaí, a Prefeitura Municipal de São Bento do Sapucaí, a Paróquia de São Bento, a Universidade Federal de Lavras e o Instituto Biológico. Nesse sentido, a cada edição estreitamos a parceira com entidades de pesquisa para gerar e disponibilizar novas tecnologias, para que os produtores possam tomar decisões, combater doenças e manter seus pomares em atividade com rentabilidade”.
Para Marcos Augusto Franco Júnior, diretor do Centro de Mudas da CATI Sementes e Mudas, a realização do Seminário se justifica pelo fato de o cultivo de fruteiras de climas temperado e subtropical gerarem uma boa remuneração, em pequenas áreas, por conta do alto valor agregado de seus produtos, tanto os frescos quanto os processados, o que tem gerado um grande interesse dos produtores.
Programação
Em ciclo de palestras alinhado às demandas do segmento, o Seminário também apresentou opções para os fruticultores, como o cultivo de frutas vermelhas (amora, framboesa e mirtilo), por meio do Projeto Frutas Vermelhas SP desenvolvido pela CATI Regional Campinas; e a introdução da araucária enxertada, por meio do Projeto Pinhão Paulista, desenvolvido pela Casa da Agricultura de Cunha, município ligado à área de atuação da CATI Regional Guaratinguetá e maior produtor de pinhão do estado. A apresentação dos Projetos da CATI Sementes e Mudas, focando na inovação e na produção de mudas de qualidade, biofortificação de fruteiras com selênio e iodo, encerraram a programação do evento.
“A participação no Seminário foi extremamente proveitosa, proporcionando uma oportunidade valiosa para divulgar o Projeto Pinhão Paulista em diversas regiões do estado e entre produtores de zonas montanhosas que podem se beneficiar da cultura da araucária como uma alternativa de geração de renda em áreas de baixa aptidão agrícola. Durante o evento, tivemos a chance de apresentar o projeto a agricultores de outros estados, incluindo representantes das regiões serranas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O interesse demonstrado pelo público foi notável; houve uma interação significativa, com várias perguntas sendo feitas. Inclusive, após o término do evento, fui abordado por diversos agricultores interessados no cultivo da araucária enxertada”, celebra César Frizo, engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de Cunha, responsável pelo Projeto.
O Projeto Frutas Vermelhas SP, desenvolvido pela CATI Regional Campinas, foi outro que despertou muito interesse entre os participantes. "O Seminário foi um espaço importante para mostrar a viabilidade econômica desse cultivo, que pode agregar renda em todas as áreas do Estado de São Paulo, principalmente nas áreas da agricultura familiar”, explica Rodrigo Baccan, diretor da CATI Regional Campinas, que lidera a execução do Projeto.
Com uma programação abrangente, o Seminário contou com as seguintes palestras e palestrantes:
- “Estudo de ocorrência de antracnose (Colletotrichum) em atemoia no Estado de São Paulo e sul de Minas Gerais, identificação das espécies do fungo e resistência do patógeno a fungicidas e agentes de controle biológico”. Palestrante - Dr. César Júnior Bueno (Pesquisador Científico IB);
- “Identificação molecular de linhagens de Colletotrichum associadas à antracnose da atemoia”. Palestrante - Dr. Ricardo Harakava (Pesquisador Científico IB);
- “Projetos CATI Sementes e Mudas”. Palestrante - Eng. Agr. Marcos Augusto Franco Júnior (Diretor Centro de Mudas CATI);
- “Frutas Vermelhas SP – Novas culturas para o Estado de São Paulo”. Palestrante - Eng. Agr. Rodrigo Baccan (Diretor Regional CATI Campinas)
- mesa-redonda – Discussão e perguntas com a plateia presente no evento;
- almoço;
- “Biofortificação de fruteiras com selênio e iodo”. Palestrante - Dr. Rafael Pio (Professor Fruticultura da Universidade Federal de Lavras)
- “Pinhão Paulista – Araucária enxertada”. Palestrante - Engenheiro Agrônomo César Gonçalves Afonso Frizo (Chefe da Casa da Agricultura de Cunha/CATI Regional Guaratinguetá).
“Com a dedicação da equipe do Núcleo de Mudas de São Bento do Sapucaí e as excelentes palestras, o evento superou as expectativas pelo alto padrão das apresentações, conforme a avaliação de diversos participantes. Nós, servidores, ficamos muito satisfeitos por atender nosso público e esperamos buscar temas atraentes para o próximo seminário”, avalia Watanabe, diretor do Núcleo.
Núcleo de Mudas de São Bento do Sapucaí
O Núcleo, que é uma unidade da CATI Sementes e Mudas, contribui com o desenvolvimento sustentável da fruticultura e da restauração florestal, disponibilizando mudas de qualidade a preços acessíveis, desenvolvendo novas técnicas e apoiando o aperfeiçoamento profissional de agricultores e técnicos.
Nesse sentido, por meio de capacitações, como o Curso de Poda em Frutíferas e o Seminário de Fruticultura de Clima Temperado e Subtropical, são realizadas ações durante o ano todo. A unidade atualmente conta com uma produção anual de mais de 120.000 mudas, entre diversas espécies frutíferas enxertadas, como atemoia, uva, abacate e pêssego, além de espécies nativas. A novidade no Núcleo de Mudas está no desenvolvimento do Projeto Pinhão SP, que visa à produção de mudas de araucária enxertadas, permitindo a produção de pinhas precocemente.
Assista às palestras, as quais foram gravadas e estão disponíveis no canal Plantar em Casa, no YouTube, via links abaixo:
Antracnose na Atemóia XVII SEMINÁRIO DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO E SUBTROPCAL
Frutas Vermelhas SP XVII SEMINÁRIO DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO E SUBTROPCAL
Projetos CATI Sementes e Mudas. Palestrante: Eng. Agr. Marcos Augusto Franco Júnior - YouTube
Roda de Duvidas XVII SEMINÁRIO DE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO E SUBTROPCAL DESAFIOS
Biofortificação de fruteiras com selênio e iodo. (Professor Fruticultura UFLA)
Pinhão Paulista – Araucária enxertada. Pal. Eng. Agr. César Gonçalves Afonso Frizo -CATI
