As abelhas são os principais polinizadores de diversas espécies vegetais, assumindo importante papel ao meio ambiente pela responsabilidade na perpetuação da nossa flora e fauna. Também são fundamentais para nossa alimentação, influindo na qualidade dos vegetais que produzimos para consumo e na sua produtividade, além de nos fornecerem mel, geleia real, própolis, pólen e cera.
De acordo com os dados oficiais, existem atualmente mais de 1.250 apicultores (177 mil colônias de abelhas africanizadas) e 2.000 meliponicultores (com mais de 24 mil colônias de abelhas nativas), muitos dos quais organizados em mais de 50 associações e cooperativas distribuídas pelo Estado de São Paulo.
Criação de abelhas Apis melífera, exóticas (híbrida de espécies europeias e africanas) e com ferrão, para produção de mel, própolis, geleia real, pólen e cera de abelha em apiários. Atividade tradicional, que representa fonte de renda alternativa, geralmente associada às demais atividades do pequeno e médio produtor em área rural.
Atualmente, São Paulo ocupa a 4.ª posição no ranking nacional de produção de mel. As floradas mais comuns nos méis de Apis mellifera são de eucalipto, silvestre (de várias regiões paulistas) e de laranjeira.
A apicultura paulista possui grande potencial de crescimento, se observadas as melhores práticas de manejo e produção. Para orientar os apicultores e apicultoras nesse processo, a CATI elaborou o Boletim Técnico de Apicultura, que pode ser acessado clicando aqui.
Criação racional de abelhas nativas sem ferrão - Tribo Meliponini - em meliponários. Atualmente, estão descritas mais de 300 espécies de abelhas nativas sem ferrão no Brasil, sendo 60 no Estado de São Paulo.
A meliponicultura é uma atividade exercida por produtores rurais, comunidades tradicionais, agricultores familiares e hobbistas, tanto em propriedades rurais quanto urbanas.
A atividade possui relevante importância ecológica, devido ao serviço ambiental de polinização prestado pelas abelhas, e tem papel fundamental na conservação das espécies de abelhas nativas, frente aos impactos negativos das atividades humanas sobre a diversidade e abundância desses insetos nas diferentes regiões do Estado.
Os méis de abelhas nativas são considerados de florada silvestres refletindo as características bioquímicas e sensoriais de cada espécie e da flora das diversas regiões paulistas em que foram produzidos.
A lista de espécies de abelhas nativas sem ferrão (ASF) que ocorrem no âmbito paulista, incluindo aquelas ameaçadas de extinção, está disponível aqui e se baseia em duas publicações oficiais: Catálogo Nacional de Abelhas-Nativas-Sem-Ferrão – ICMBIO e Portaria CFB nº4/2021.
Para saber mais sobre as principais espécies de abelhas nativas do Estado de São Paulo, acesse aqui as fichas informativas elaboradas no âmbito do Programa Abelhas Nativas da Fundação Florestal, em parceria com a Universidade Federal do ABC, Universidade de São Paulo e Projeto Biota-FAPESP.
A CATI conta com o Grupo Técnico de Apicultura e Meliponicultura, composto por extensionistas de diversas regionais do Estado, e com o Centro de Agroecologia e Serviços Ambientais, do Departamento de Sustentabilidade Agroambiental para o desenvolvimento de ações e fortalecimento das cadeias produtivas da apicultura e meliponicultura em todo o Estado de São Paulo, com programas de capacitação, eventos e outras atividades.
A CATI atua na orientação para regularização da atividade, implantação das boas práticas de manejo, apoio e desenvolvimento de projetos e fortalecimento dos produtores, suas associações e cooperativas para uma produção sustentável e comercialização dos produtos, focando na divulgação das tecnologias sustentáveis, Boas Práticas e segurança alimentar.
Embora a criação de abelhas já seja prática antiga e o mel seja considerado um alimento completo e tradicional, o consumo de mel per capita no Brasil ainda é considerado muito baixo, o que se deve sobretudo a questões culturais. A CATI, por meio da campanha Mel Seguro, atua para estimular a produção e o consumo do mel, realizando ações e eventos para divulgação do mel e de seus benefícios.
Além da criação zootécnica de abelhas para produção de mel, pólen, cera e própolis, uma outra possibilidade para os produtores é a polinização dirigida, com grande potencial de desenvolvimento, principalmente para culturas como o café, morango, melão, abacate e outras frutíferas, dentre outras culturas. Também é possível a incorporação das abelhas em programas de recuperação ambiental e de cultivos sustentáveis (agroflorestas, Integração Lavoura, Pecuária e Floresta - ILPF, agricultura orgânica, Programa de Regularização Ambiental - PRA, dentre outros).
Baixe aqui a lista orientativa de espécies arbóreas e arbustivas para enriquecimento de pasto melitófilo e projetos de restauração ambiental. A lista consiste em uma planilha que permite a seleção de espécies arbóreas e arbustivas de acordo com a região paulista, os recursos que elas fornecem para as abelhas (néctar, pólen, resinas) e a época de florescimento.
Os cadastros e autorizações referentes à apicultura e meliponicultura podem ser realizados online e gratuitamente pelos criadores de abelhas.
As abelhas Apis e as nativas são animais de peculiar interesse do Estado e insetos de interesse econômico, razões pelas quais é necessário que suas criações sejam cadastradas junto à Defesa Agropecuária/SAA, por meio do sistema Gedave.
As abelhas nativas, por serem animais da fauna silvestre, demandam também uma autorização do órgão ambiental para sua criação, por meio do Sistema Gefau.
Veja aqui o resumo dos cadastros e autorizações necessários para a apicultura e meliponicultura e a legislação relacionada.
As autorizações são necessárias apenas para meliponicultura, por manejar animais silvestres, e devem ser requeridas pelo Sistema Gefau, disponível aqui.
Suporte com links para passo a passo descritivo e lives sobre cada tema: Manual de Operação do Gefau - Módulo Meliponicultor
a) Autorização de uso e manejo e regularização de plantel pré-existente (data limite: 15/12/2023)
1- Fichas com o passo-a-passo
1.2-- Autorização de Uso e Manejo
1.3- Regularização do plantel pré-existente
2- Tutorial em Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=M3QXEzBa8Og
b) Autorização de transporte e transferência entre meliponários pelo Gefau
c) Autorização de transporte para atividades didáticas
Consultar o Manual GEFAU - Meliponário
d) Autorização de instalação de ninhos-isca
e) Atualização de plantel no Sistema Gefau – multiplicação de colônias e baixas no plantel
2- Modelo de Declaração de saída do plantel
i. Orientações da Defesa Agropecuária
ii. Cadastro
Suporte com links para passo a passo descritivo e lives sobre o tema:
b) Ficha com passo a passo para cadastro
c) Ficha com passo a passo para obtenção de GTA, a cada transporte de colônias
d) Ficha com passo a passo para atualização do plantel no sistema Gedave
Cadastro ambiental junto ao Órgão Federal, necessário para meliponicultores comerciais e meliponicultores com mais de 49 colônias pelo site: https://www.gov.br/ibama/pt-br/servicos/cadastros/ctf/ctf-app/ctf-app#formularios-de-inscricao
Obs.: para anotar suas senhas, logins e outras informações importantes de seus cadastros e autorizações, disponibilizamos a “Carteirinha do Meliponicultor”, que pode ser baixada para impressão clicando aqui.
O Programa Estadual de Saúde das Abelhas foi instituído no Estado de São Paulo por meio da Resolução SAA n.º 41/2019, e visa manter a vigilância das doenças que acometem abelhas do gênero Apis e nativas, com o intuito de promover a apicultura e meliponicultura paulistas, com reflexos positivos na economia, na saúde pública e no meio ambiente.
O Programa tem por objetivo subsidiar a implantação de políticas públicas efetivas para o fortalecimento da Apicultura e Meliponicultura paulistas, por meio de ações de vigilância e monitoramento das doenças e pragas em abelhas, visando ao seu controle. Abrange normas para o trânsito de abelhas e seus produtos no âmbito paulista, critérios para mitigação de riscos decorrentes do uso de agrotóxicos e medidas de educação sanitária para proteção da saúde das abelhas e das colmeias.
Por meio do Programa, os casos suspeitos de mortandade de abelhas por agrotóxicos e de pragas e doenças são investigados por técnicos da Defesa Agropecuária, após terem sido notificados pelos produtores via sistema Sisbravet ou diretamente nos Escritórios de Defesa Agropecuária .
Dentre as análises laboratoriais gratuitas realizadas aos apicultores e meliponicultores paulistas cadastrados no Gedave, estão incluídas análises multiresíduos para identificação de princípios ativos de agrotóxicos, análises laboratoriais como Pcr para identificação de patógenos e análises microscópicas para identificação de pragas. Após a notificação, o material é coletado pelo Serviço Oficial - por um técnico da Defesa Agropecuária e enviado para análise em Laboratório Oficial credenciado junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária, sem custos para o produtor, que recebe o laudo após o término dos procedimentos.
As notificações de episódios suspeitos de mortandade, pragas e doenças são fundamentais para nortear políticas públicas e assim proteger as abelhas, os produtores e desenvolver as respectivas cadeias produtivas. Saiba mais aqui.
- Como notificar ocorrências (mortandade/doenças) nas colmeias pelo e-SISBRAVET
- Suporte com links para passo a passo descritivo e live:
Desde 2021 a CATI elaborou uma série de materiais para Campanha Mel Seguro - Diga Não ao Produto Falsificado, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com o objetivo de conscientizar a população sobre os benefícios do consumo de mel, da importância em adquirir produto idôneo, livre de falsificações, e manipulado dentro do padrões de higiene e qualidade.
Mel - O doce Ouro Líquido que vem da natureza
Como identificar um mel de qualidade
Mel - A importância dos selos de inspeção
Mel - Dicas para o s lojistas evitarem compra e revenda de mel falsificado
Benefícios e segurança do mel como alimento são temas de live realizada pela CATI
Selos de inspeção, fiscalização de alimentos e dicas para lojistas e consumidores
Diversidade de méis brasileiros
Por se tratar de produtos de origem animal, a produção e comercialização de mel, própolis, pólen, geleia real e cera precisam seguir regulamentação própria e obter aprovação do serviço de inspeção, quer seja federal, estadual ou municipal – SIF/SISP/SIM.
Com a publicação da Lei n.° 17.453/2021 e do Decreto n.° 66.523/2022, o pequeno produtor paulista pode contar com o SISP Artesanal, que reúne procedimentos simplificados para produção e comercialização de seus produtos. Saiba mais aqui.
Como possibilidade de ampliar a abrangência da área de comercialização dos produtos, existe a possibilidade de requerer o Selo Arte, conforme orientações constantes no link
Para mais orientações, procure a Casa da Agricultura de seu município ou Regional da CATI que o atende, conforme endereços disponibilizados neste mesmo site.