CDRS/CATI celebra o maior público-alvo do trabalho da extensão rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Julho é um mês especial de homenagens. Além do próximo dia 28, estabelecido como o Dia do Agricultor, no dia 25 a celebração é dedicada aos responsáveis pela produção de cerca de 70% dos produtos que compõem a alimentação diária das pessoas: os agricultores familiares.
Segundo dados da FAO – Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e a Agricultura, existem mais de 600 milhões de propriedades agrícolas familiares no mundo, sendo que, no Brasil, são contabilizadas mais de cinco milhões de unidades neste segmento. Em São Paulo, a estimativa é de que o segmento abrange cerca de 60% dos estabelecimentos rurais, tendo expressiva participação no Valor da Produção Agropecuária e na ocupação de mão de obra, com destaque na produção de alimentos básicos como hortaliças, frutas, leite, grãos, entre outros.
Por isso, falar dos agricultores familiares é falar da grandeza de homens e mulheres, que todos os dias, faça sol ou chuva, estão no campo semeando a terra, em um trabalho árduo que desafia inúmeras dificuldades, o qual é considerado uma missão por milhões de pessoas que abraçaram a atividade agropecuária ao longo de gerações.
É o caso da família Marques, do sítio Santa Maria, localizado no município de Mariápolis, que pertence à área de atuação da CDRS/CATI Regional Dracena. Continuando a tradição passada pelo bisavô, que veio de Portugal no início do século passado, a quarta geração continua a atividade com a mesma paixão que lhes foi transmitida. “Como família de agricultores, já passamos por situações muito difíceis, que nos levaram até a temer ter que desistir do sítio. Durante muito tempo, trabalhamos com café e milho e mal estava dando para sobreviver. Foi nessa hora que o técnico da Casa da Agricultura da CATI nos incentivou a mudar de atividade e adotar novas tecnologias. Foi uma grande mudança começar a cultivar frutas e pimenta; mas também uma benção, que incrementou nossa renda e melhorou nossa qualidade de vida”, comenta Waldomiro Ferreira Marques, o pai da família, contabilizando as conquistas, que incluem reforma na casa, construção de um barracão, aquisição de um trator e implementos, bem como de mais uma área, onde foi colocado um pequeno rebanho de gado de corte. “É para fazer uma poupança”, conta.
Mas o prêmio maior, segundo seu Valdomiro, é ter a esposa Fátima Aparecida e os dois filhos, José Carlos e Fernando, trabalhando lado a lado. “Com eles, tenho a garantia de que a família Marques terá continuidade nessa, que é uma das profissões mais gratificantes do mundo, apesar de todas as dificuldades”.
A fala é endossada por José Carlos e Fernando. “Eu e meu irmão nascemos no sítio e desde pequenos aprendemos a amar a terra, com o exemplo dos meus pais. Nunca quisemos nos mudar e ter outra profissão, mas entendemos que precisávamos contar com a experiência deles, mas agregando novos conhecimentos, tecnologia e canais de comercialização. Com o aumento da rentabilidade, pudemos nos manter nessa atividade que amamos e nos proporciona uma qualidade de vida que não teríamos na cidade. O Fernando já se casou, mora em uma cidade próxima, mas vem todo dia para trabalhar conosco. Para nós, é uma felicidade ser a quarta geração no agro!”.
Desde antes de o conceito agricultura familiar ser estabelecido na década de 1990, quando a referência a esses produtores era feita por termos como pequenos produtores ou camponeses, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da CDRS/CATI e também dos institutos de pesquisa, já colocava em prática ações e projetos visando ao desenvolvimento do setor. “Em consonância com a nossa missão, o trabalho de extensão rural tem por objetivo estimular o desenvolvimento rural com o olhar focado na manutenção das famílias no campo, com renda e qualidade de vida. Para tanto, ao longo dos anos foi estabelecida uma integração de ações desde a base da atividade rural, com recuperação de áreas degradadas, passando pela priorização de cadeias produtivas com incentivo à adoção das Boas Práticas Agropecuárias, com incentivo à gestão e inovação, bem como transferência de tecnologia e conhecimento, dentro e fora da porteira, culminando na execução de políticas públicas, projetos e programas de geração de renda e emprego”, salienta Alexandre Manzoni Grassi, coordenador da CDRS/CATI.
Sendo assim, Grassi, que é engenheiro agrônomo e extensionista por vocação, deixa uma mensagem nesta data, em nome da equipe da CDRS/CATI. “Ao ouvir depoimentos como o da família Marques e de tantos outros em todas as regiões do Estado de São Paulo, onde nossos extensionistas e colaboradores administrativos atendem diariamente esse público nas Casas da Agricultura e nos Escritórios Regionais, nos sentimos gratificados por fazer parte da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e poder contribuir com a vida de milhares de famílias. Podemos afirmar que os conhecemos não por ouvir falar, mas por acompanhar a sua realidade cotidiana e atestar a importância de seu trabalho e sua dedicação. Por isso, nosso muito obrigado a todos, com a reafirmação do compromisso de construirmos o conhecimento de forma participativa com os agricultores familiares, apoiando-os no acesso às políticas públicas que permitam a sua permanência na atividade agropecuária, obtendo renda justa e digna com qualidade de vida, para que continuem fazendo o que a paixão lhes move: produzir alimento para garantir a vida!”
Cleusa Pinheiro – Jornalista Centro de Comunicação Rural (Cecor) – CDRS/CATI – cleusa.pinheiro@sp.gov.br